Egoismo egoista

Cansei de você também.Assim,muito rápido(de ontem pra hoje).To com ânsia de dar e receber,de dar,e dar muito.E no dia seguinte?-No meu,ou no teu?No meu seguinte,eu quero receber nem que seja um bom dia mais safado.Mas não,você parece não estar muito ocupado com isso.Eu,querido,eu jurei de pés juntos na frente do espelho do meu blush que não cairia na infame indecência de não respeitar as minhas necessidades.Sinto muito,mais já to sendo compreesão demais com seus problemas.(era isso que eu queria te dizer mais não disse)Apesar dessa minha necessidade,eu gosto de ter você e isso me faz anular ânseios,meus,só meus...Mas e eu enquanto espero ("DE") você?

Eu tenho ânsia de dar,e dar muito.
A noite inteira.Loucamente...


Quero tua alma inteira...
E o infinito,só pra mim!




Tomara que você não leia isso,mas se ler...
saiba que era isso que eu tinha pra te dizer essa noite(e não disse)!!!
Merda de mania,não querer magoar as pessoas,só me fodo... =/



Chato #)

De"NOVO'" ...

Todo aquele ideal de tristeza anunciada esvaindo-se...Finalmente!
Toda aquela coisa complicada e sublime do amor na minha cabeça, e ele vem e me dá um apertão simples e grosseiro. Todos os "porquês" mal respondidos, todas as mágoas ainda latentes, e ele vem e amassa todos os peitos, alisa a barriga toda e espreme toda a cintura. Tanta saudade, tanta tristeza, tanta falta e ele vem e fala baixinho, no meu ouvido, o tanto que precisa, o tanto que quer e o tanto que vai. Eu acabei de sair de uma desilusão amorosa daquelas de ficar de pijama sujo, se achando feia, preguiçosa e burra. De alugar Woody Allen pra sentir que alguém é parceiro das minhas neuroses. De quase me afogar em filmes românticos. De alugar filme americano burro para conseguir dormir pesado. De achar que um dia de Sol é uma afronta. De tirar de ouvido as notas tristes de uma música e depois cantarolar em sinfonias de "ais" doídos acompanhados de choros acústicos. De achar que uma janela, separada do chão por uma certa altura, tem seu sentido. Mas ele não me deixa sofrer em paz, ele não me deixa ser feia, ele não me deixa virar bicho do mato. Ele aparece, sempre cheio das vontades, e me enche de feminilidade, me enche de vontade de ser mulher. E me aperta tanto que quase mata meu antigo amor. Minha cabeça pede tristeza para velar o defunto, minha alma pede silêncio para viver o luto. A mão dele aperta meus ossinhos da bacia, caminha e pede, implora, para que eu facilite um deslocamento para baixo. Ele encontra seu destino e minha cabeça esquece de encontrar o seu. Meu coração bate sem vontade, impulsionado pela força dos suspiros fortes de tristeza. De repente agiliza, atropela, explode. É ele que me surpreende sem dar tempo de deixar para depois, sem dar espaço para a força da reação, sem dar som para a voz fraca da minha impossibilidade. Eu querendo chorar a última piada lembrada, eu querendo doer a última certeza da rejeição, eu querendo passar em claro as últimas sensações de amor zombado e ele, precocemente, me fazendo feliz. Meu desejo morto, assexuado, traído, quer viver de lembranças, dores e palpitações abandonadas. Mas ele, com força, movimentos persistentes e ânsia inexplicável de tantas mãos, me vence, não pelo cansaço, mas por morte: ele enterra o meu eu apaixonado e faz renascer alguém limpa e virgem de defesas. Eu te quero branca e você está negra. Eu te quero inteira e você está esmiuçada em pedaços de amor quebrado. Eu te quero vem, vem, vem e você está tão vai, vai, vai. É o que ele me diz sem dizer, porque ele não diz nada para ter mais tempo de fazer. É o que ele me pede sem pedir, porque se ele pedisse dava tempo de eu fugir. Estou presa pelo prazer dele, estou derrubada pelo peso dele, estou sufocada pelo desejo dele. Não estou em mim e me abasteço de outra vida. Sou sua hospedeira e sugo dele justamente o que ele tem de mais e eu de menos: tesão por mim.

Saudade..."Zinha"

Tomei um banho quente em outra casa e deixei outro homem me ver nua. Deixei outros tempos que não o nosso passarem e deixei outras esquinas que não as nossas serem quebradas.Ainda que eu esteja numa fase bacana e sem nós no peito (o que por um lado é ruim pois a paz sempre me dá alguns quilinhos a mais e alguns textos a menos), resolvi embarcar num momento nostalgia. Não sei se foi o clima ou o meu NOVO MOMENTO. Não sei se é porque agora, nesse exato momento, estou ouvindo “I know it’s over”, do Smiths, e tomando uma taça de vinho. Só sei que a noite está pedindo e resolvi fazer uma sessão nostalgia.
 
Acho normal. Acho perfeitamente normal lembrar com carinho que você sempre dava um jeito de me mandar mensagens em datas festivas. Estivesse você casado ou namorando ou ilhado num templo budista, dava um jeito. Era como se dissesse, sem dizer “eu sei que já faz tempo, mas ainda amo você”.Também me faz bem lembrar que você nunca, nunca, nunca se alterava. Trouxesse o garçom o pedido errado pela terceira vez ou fizesse um playboy qualquer uma tremenda barbeiragem em cima do seu carro. Você nunca estragava nossas noites. Eram tão raros os nossos momentos, você dizia, que eram para ser sempre bons. E de fato sempre eram. Eu tenho saudade de mil coisas e todas essas mil coisas sempre caem na mesma única coisa de que eu tenho tanta saudade: sua leveza. Você me dizia que jamais iria me cobrar leveza, pois me amava intensa. E me pedia que fizesse exatamente o mesmo, ainda que ao contrário, por você. E eu não obedecia nunca, afinal, pessoas intensas não obedecem.
 
E assim nós seguimos, por alguns bons anos entrecortados, sendo tão parecidos ainda que tão atraídos mutuamente pelos nossos opostos. A gente era parecido principalmente porque topava as coisas mais malucas como, por exemplo, brincar que tinha acabado de se conhecer numa festa, ainda que tivesse ido junto para a festa. E por horas ficávamos nessa bobeira e nenhum dos dois ria. Até que alguém pedia, cansado, “já pode voltar ao normal? É que está me dando vontade de transar e eu não transo com desconhecidos”.(era tão divertido)Eu tenho saudades de tudo. Da gente acordar sua vizinha de tanto rir de coisas bestas, do seu carro sempre bagunçado, da paciência que você tinha com meus quase onze anos a menos, da mania que você tinha de arrumar minhas roupas em cima da cama enquanto eu tomava banho e de quando você apertava os ossinhos das minhas costas no escuro e falava, baixinho: “ai, como essa menina gosta de fazer drama!”. Hoje estamos nós dois,anos depois vivendo vidas completamente diferentes e ainda que separados,unidos por aquele amor que eu sentia tremer dentro de mim quando eu tinha apenas 13 anos e meio e você 20...
 
Não é um sentimento egoísta e muito menos possessivo. É apenas uma saudadezinha. Gostosa, tranqüila, bonita, saudável, de longe. E,quem diria: leve
 

Mais do mesmo.

"E vai começar tudo de novo só porque acabou.
Ponto final é tanta continuação que vira três
pontos finais..."


É o resumo de tudo o que acontece na minha vida... Das pessoas que nunca passam, das pessoas que ficam. As fábricas que faliram e as que continuam aí, até hoje. A gente vai resistindo ao tempo, mas o tempo sempre fica... Um dia a gente parte, e ele continua ali, passando, ficando...


"Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram."

Era uma vez ...

Esses dias eu conheci uma guria que acreditava no amor. É estranho nesses tempos de cólera saber que há pessoas que ainda acreditam, que ainda amam de verdade. Ela me disse que o amor verdadeiro nunca acaba, que não se torna ódio. Se algo tão bonito conseguiu se tornar esse sentimento tão negativo, não era amor. No máximo uma paixão, uma ilusão de óptica. O ser humano se engana. Ela também me contou que só sabe que foi amor de verdade quando percebe que nunca acabou. Que apesar dos encontros e despedidas, dos beijos e dos ''eu te odeio'' falsos, permanece, indelével. É como um vírus encubado. Não faz mal, não mata. Até que quando desperta, arrasa. E não há antídoto que cure, a não ser o tempo. Muito tempo, uma dose no mínimo quatro vezes maior que a do veneno. Ela dizia que não era justo banalizarmos tanto o amor, nem pensarmos que ele acabou. Me contou que o amor não tinha nada a ver com o coração, não era físico, era questão de alma. Amor era a alma, e sempre foram coisas eternas. Achei muito bonito, então questionei o fato de todos terem alma e nem por isso amarem. Então ela me disse que todo o ser humano tem vida, mas nem por isso a aproveita como poderia. Entendi que temos tudo em nossas mãos, mas por medo, deixamos escorrer por nossos dedos, aos pouquinhos... Vamos ficando sem nada, vazios, ocos. Eu quero minha alma completa, cheia de amor. Mas eu quero amor puro, amor de verdade. Não sei se uma plaquinha de "procura-se amor verdadeiro" adiantaria. Ou sair por aí procurando, descartando, passeando de boca em boca. É uma coisa tão bonita que acho que amor não se procura, ele nos encontra. Ninguém me encontrou. Mas vamos lá, tenho uma vida inteira a minha frente. É muito tempo, e ainda tem muito amor perdido por aí.

E eu conheço essa guria mais do que ninguém. Eu só preciso aprender a amá-la mais do que qualquer coisa.


"Lembra daquelas paredes que eu construí?
Bem elas estão desmoronando.
Elas nem tentaram ficar em pé,nem fizeram um som.
Eu achei um jeito de deixa -lo entrar!
Mas eu nunca tive dúvida.
Sob a luz de sua auréola,eu tenho meu anjo agora."

Renda branca


"Triste daqueles que possuem olhos marejados de amor por quem nem sempre tem tempo para aprecia-los."

...Sem marcha fúnebre nem paliativos.Foi-se embora tudo aquilo(medo),pelo ralo.
Pintor: -Começar apostando fichas agora é um pouco perigoso,não acha?
Amelie: -De que me serviriam todos esses cofres,senão para coloca-los à prova?!Viver requer ousadia,medo,covardia...
Pintor: -Recompor teu ninho,refazer a estrada,construir novo caminho menina...
Amelie: -Covardia.Suficiente para me fazer não acreditar nos meus medos,infames...Preciso dela,e ela de mim.
Pintor: -Abster-se de coragem para aceitar o frado e sonhar?
Amelie: -Viver!

"Rendinhas brancas,vilarejo pobre,olhos de menina.Sucumbida de desejo,amando sem desejo,luz branca,diamante em  pensamentos,soltos,acompanhados por palavras doce de menina.Por mais que fosse verdade,não acreditaria.O amor assim como a vida pra ela não existiria."

Ânsia


Pintor: "Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes." Amelie: "Hummm, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros." Pintor: "E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?"

-Como são as coisas...

Hoje em dia,eu procuro essa intensidade toda dentro de mim,mais não acho.E penso:"Como muda a intensidade dos sofrimentos de uma adolescente e uma mulher..."

SERÁ QUE CRESCI...(?)

Me lembro bem como era ouvindo Fera Ferida com 7 anos...Eu sentia o sofrimento da música na sua maior verdade,e nem mesmo tinha vivência para entender.

Como são as coisas nééé?
"Estranho o destino dessa jovem mulher, privada dela mesma, porém, tão sensível ao charme das coisas simples da vida...São tempos difíceis para os sonhadores..."

Continua...

Estrato


Eu entendo,estrato de luz que foi morar nos seus olhos.Você vinha sinalizando,que queria voar.Poucas coisas te prendiam "cá",no meu lugar.E eu que sempre lhe dizia pra me desculpar por não saber te ganhar.Eu perdi o seu coração por não cuidar do meu mesmo,escrevia novas canções para as mesmas coisas falar.Você estava perto de mim,e eu,não no seu pensamento.Me tratava como um amor que eu não sabia aceitar.Muitas coisas te fizeram por desejo esquecer,e eu que nunca aprendia a me resolver.

No tocante,à te perder:

E ai no seu lugar:'Beber!
E ai no seu lugar:'Chorar!
E ai no seu lugar:'Dormir!
E ai no seu lugar:'Acordar!
E ai no seu lugar:'Fugir!
E ai no seu lugar:'Matei!
E ai no seu lugar:'Morri!
E ai no seu lugar:'Implorei!
E ai no seu lugar:'Partir!
E ai no seu lugar:'Vazei!
E ai no seu lugar:'Sumir!
E ai no seu lugar:'Mas voltei!


Em frente
De volta pro presente...

Na verdade..

Eu não te desejo mal nada,não sou Madre Teresa,mais,minha falta de maldade com pessoas me obriga a dar a outra face.De que vai me adiantar remoer um erro que nem foi meu,uma maldade que nao foi minha,uma traição..bem,segundo você,não foi isso certo?Certo,desculpado se é que assim você vai se sentir melhor!

Nunca fui de desejar mal as pessoas,embora faça isso as vezes e depois reze baixinho pedindo perdão pra deus.Na verdade,eu to te odiando sim,por mais "centrada" sou humana,mas isso vai passar,iremos sobreviver.

Desde já,te peço desculpa,eu tenho total certeza de que tudo que eu disse eu falei dentro da minha razão,mas também,não me orgulho de magoar pessoas.Aceite-as e sinta-se perdoado também,tudo que você fez,bom,não é pra mim que você vai pagar:O cara lá de cima com total certeza ta vendo isso e acredito que terá piedade de nós dois...Você por ter usado de má fé com meus sentimentos,e eu,bom,eu por ter invadido teu espaço,e por ter falado o que eu realmente penso disso tudo.

Vamos parar com isso,por que de tudo,fotos rasgadas,ofensas trocadas,eu só desejo paz de espirito,pra mim,e pra vc!Seguir te odiando?Na verdade,nem sei,acho que o certo é seguir sem nem querer ouvir falar de você...já já isso passa!(pra você e pra mim)
Não se preocupe,você já errou assim comigo antes...



Eu já chorei por uns 120 minutos ininterruptos...pera ai,já te perdoei assim,tão rápido?
É...

ACHO QUE JÁ PASSOU!!!

Boa sorte!
Vê se aprende...

Paz e  bem!!! =D


..esperança desesperadamente!



Pra onde foi a minha inspiração? Cadê? Uma preguiça de acordar. Uma preguiça de tomar banho, escolher uma roupa, escolher entre bolo de chocolate e suco de laranja. Tudo parece ter o mesmo gosto falso de paliativos. De forte somente a preguiça de contar de tantas preguiças. Da cartilha do sucesso, que manda estudar, amar o que se faz e se relacionar bem, apenas amei. Nem isso faço mais. Sou uma péssima aluna. Tenho a impressão de ter chegado ao topo de uma montanha, mas ela era muito alta e afastada e ninguém me viu. Em vez de sucesso sinto segundos desejáveis de suicídio, vontade de pular lá de cima da montanha com o dedo desejando um último foda-se ao mundo. Nem que seja para fazer barulho e sujar o chão dos equilibrados. Nem que seja para fazer falta. Cadê o gosto intenso de fugir do mundo com um segredo fatal? Não existem segredos fatais: todo mundo come todo mundo por caça e infelicidade. Somos animais tristes e não seres loucos e apaixonados. Eu me enganei tanto com o ser humano que ando com preguiça de me entregar. Ninguém tem coragem pra mudar nada, ou apenas é inteligente para saber que a rotina chega de um jeito ou de outro, não adianta se mover. Pra quem faço falta e aonde me encaixo? Aonde sou útil e pra quem sou essencial? Pra onde vou e aonde descanso? Pra quem e por quem vivo? Freud mexeu três vezes no túmulo com a vontade de me dizer que devo viver por mim. Dane-se a psicanálise: é muito mais gostoso ter outros encantamentos, além do umbigo. Não que esses encantamentos não sejam para agradar meu umbigo. Ok, fiz as pazes com Freud, que deve achar o egoísta um pouco menos doente que o depressivo. Ou não, não fiz as pazes com Freud, que acha tudo farinha do mesmo saco e nem está prestando atenção em mim. Ele é só mais um a não enxergar o alto da montanha, mesmo porque ele está embaixo da terra. Incluo Freud no meu "foda-se o mundo". Que papo é esse? A esperança desesperada por amor e reconhecimento profissional deixou escapar a cansada esperança que se assustou de desespero. Perdi meu deslumbramento, a válvula propulsora da vida que tive até aqui. Cansei de me encantar pelo difícil. Que tal um homem e um salário de verdade pra viver uma vida de verdade? Chega da miséria do sonho. Chega de idealizar uma vida com um fone no ouvido. Eu quero tocar, eu quero cair das nuvenzinhas acima da minha cabeça.
Junto com meu deslumbramento, perdi boa parte de quem eu era. Boa parte tão grande que não tenho para onde ir. Sou uma sem-vida. Junto com o meu deslumbramento, perdi o rumo: quem não sonha não sabe aonde quer chegar. O sonho guia, leva longe. Mas de frustrado ele te faz retroceder alguns anos, te transforma em criança assustada. Sei disso quando durmo em posição fetal querendo ser devolvida ao quente da minha proteção primária. Freud volta a ser meu amigo. Minha esperança é que o sonho esteja apenas cansado e depois de uma boa noite retorne colorido, musicado e perfumado. Eu disse a minha esperança? Então eu ainda tenho alguma? Nem tudo está perdido. Estou deslumbrada com a vida, que te devolve à infância quando o mundo adulto atropela e fere. Lá na infância você se enche de sonhos e volta preparada para o mundo adulto, que se ocupa a frustrá-los todos novamente.

Eu disse que estou deslumbrada? Não, eu não disse, eu escrevi. Que papo é esse?
Entre idas e vindas me resumo feliz. Entre altos e baixos me resumo equilibrada. Sendo assim, tá na cara e não tem pane: ando meio mal mas vou sair dessa. =]


-Trair é um traço de carácter que nada tem a ver com a pessoa traída, mas com a incapacidade do traidor em assumir responsabilidades, compromissos...

-Por mais forte, duro e independente que possas ser, sempre haverá um momento em que precisarás de ajuda.

-Se você se sente só é porque construiu muros em vez de pontes. A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros.






 
O silêncio !

uma leve coceirinha,e não um ataque epilético.




Despida de infinitos,contemplando o acaso e escandalosamente cansada..Vou sobreviver!
e depois eu que saio por ai perdida,com ideais de um insuportar perfeito..porque será que de mim sai tanta contradição enlouquecendo meus ouvidos com esse montante de pensamentos inacabados,por questões,bem,sem questão alguma..porque nada faz sentido,nada é elaborado,acontece,flui,flutua!

e depois..
eu sou quem sai por ai,sem ter pra onde ir,nem o que verbalizar!
Cala essa boca,não diga nada,não comprometa seus silêncios colecionados tão e quase que exclusivamente sozinhos,porque nem pra sí tinha nada á dizer.Enquiete-se de afagos,faça de você um silenciador dos males que afligem um peito ainda inacabado de reconstrução...

Chore um pouquinho mais,e adiante,silencie,sorria e planeje ser quem você consegue ser.

e ainda que esse sorriso,que me faz feliz a alma só de pensar em ser,desabroche lindo,mais que em sonho..

Liberte!

De Clarice para..."você"

Em 95, o escritor Caio Fernando Abreu, então colunista do jornal O Estado de São Paulo, publicou uma carta que teria sido escrita por Clarice Lispector a uma amiga brasileira. Ele comenta, no artigo, que não há nada que comprove sua autenticidade, a não ser o estilo-não estilo de escrita de Clarice Lispector. Ele dizia: "A beleza e o conteúdo de humanidade que a carta contém valem a pena a publicação..."






Berna, 2 de janeiro de 1947





Querida, Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Nem sei como lhe explicar minha alma. Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até um certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois que uma pessoa perde o respeito a si mesma e o respeito às suas próprias necessidades - depois disso fica-se um pouco um trapo.

Eu queria tanto, tanto estar junto de você e conversar e contar experiências minhas e dos outros. Você veria que há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Eu mesma não queria contar a você como estou agora, porque achei inútil. Pretendia apenas lhe contar o meu novo caráter, um mês antes de irmos para o Brasil, para você estar prevenida. Mas espero de tal forma que no navio ou avião que nos leva de volta eu me transforme instantaneamente na antiga que eu era, que talvez nem fosse necessário contar. Querida, quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma num boi? Assim fiquei eu... em que pese a dura comparação... Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. Espero que você nunca me veja assim resignada, porque é quase repugnante. Espero que no navio que me leve de volta, só a idéia de ver você e de retomar um pouco minha vida - que não era maravilhosa mas era uma vida - eu me transforme inteiramente.

Uma amiga, um dia, encheu-se de coragem, como ela disse e me perguntou: "Você era muito diferente, não era?". Ela disse que me achava ardente e vibrante, e que quando me encontrou agora se disse: ou esta calma excessiva é uma atitude ou então ela mudou tanto que parece quase irreconhecível. Uma outra pessoa disse que eu me movo com lassidão de mulher de cinqüenta anos. Tudo isso você não vai ver nem sentir, queira Deus. Não haveria necessidade de lhe dizer, então. Mas não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você - pelo amor de Deus, não queira fazer de você mesma uma pessoa perfeita - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse o único meio de viver.

Juro por Deus que se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia - será punida e irá para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não será punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo aquilo que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Espero em Deus que você acredite em mim. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Isso seria uma lição para mim. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade de alma.



Tua Clarice

Bem assim..

Uma enxurrada de vida lá fora e eu ainda estou aqui sentada,esperando o trem da falta de sorte passar com meu guarda chuva à tiracolo...aii aii!