Desabafo...(?) Gosto de sinceridade olhos nos olhos . Gosto de frases curtas e objetivas , gosto de saber o que planeja se é que planeja. Depois de toda a tempestade que passei , estou curtindo a brisa , sozinha sentada a beira mar. Eram esses meus planos, viajar para bem longe , esfriar a cabeça e planejar tudo de novo . Um novo futuro, uma nova vida, um novo elenco, novo cenário. A nova vida me espera, mas dessa vez eu vou fazer diferente , um passo de cada vez sem atropelos , sem machucar ninguém e principalmente sem me machucar. Cansei ! Cansei de correr atrás de quem parece desinteressado, cansei de esperar respostas , e-mails sem retorno. Me recuso a colocar um ponto final, já fiz isso e quebrei a cara, mas também lavei minhas mãos, levantei acampamento! Agora sim vou viver INTENSAMENTE, sou intensa em tudo que eu faço, quando quero, quero mesmo e ponto final . Mergulho de cabeça, fantasio coisas, visto meu vestido de Cinderela e fico prontinha esperando o príncipe com seu cavalo branco chegar, as vezes tenho a impressão que nunca vou mudar , nunca vou aprender que a vida não é como no conto de fadas. E que as vezes as histórias nem sempre tem um final feliz . Mas sonhar não custa né? Aprendi que ter pensamentos positivos só fazem bem, atrai boas energias, então vou continuar praticando isso quem sabe o príncipe resolve aparecer de verdade. Bom pra começo de conversa, isso que passamos nem foi uma história, um lance talvez , paixonite nada mais que isso. E mesmo eu sabendo que isso não passaria de uma noite ... joguei alto , pesado , com todas as minhas táticas e armas , e mais uma vez quebrei a cara. Mas eu não me arrependo, consegui o que queria, pelo menos por alguns instantes. Foi bom enquanto durou, não me sinto mal por ter errado, nem me sinto bem por ter ficado, mas logo esse clima de ‘dúvidas’ vai passar. Só tenho a dizer que você não foi 100% para mim, mas se saiu bem na minha rápida avaliação. Os pontos perdidos não foram erros, mas talvez uma desatenção, por não acreditar que por trás daquela cara brava, séria existiu uma pessoa sincera que abriu totalmente o coração e mergulhou de cabeça nessa aventura. Por achar que eu não seria capaz de seguir em frente e lutar pelos meus objetivos. Bom chega de lamentações, a vida continua linda, aí fora prontinha para ser aproveitada sem medos. E agora ela me espera , estou livre , para a vida , livre para novos amores , novas aventuras , novos amigos, novos flertes . Sentirei saudades, muitas saudades, saudades dos planos não concretizados, dos beijos que não recebi, dos minutos guardados, saudades dos olhares. Mas é uma saudade boa, e me fez aprender que eu não devo perder tempo com discussões bobas, que 7 minutos não é nada e que traçar objetivos é o começo! Isso foi um breve desabafo, e não uma despedida como deve estar pensando. Tenho certeza que ainda vamos nos encontrar, e quando isso acontecer, não diga nada, fazemos de conta que nada aconteceu. Quem sabe assim podemos começar de novo, e quem sabe também isso possa ter um final Feliz.
Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes. Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!
Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar. Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.

A DOR QUE DÓI MAIS

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Ciúme não é ex.

Sobras de minha existência pela casa, escondidas para não irritar a nova mocinha. Meu pijama sufocado num canto da gaveta para que nenhuma lembrança respire. Meus chinelos abduzidos no meio da "sapataiada", tão pequenos que quase inexistem ou poderiam passar tranqüilamente por pares de criança. Fotos, milhares delas, guardadas sem carinho, uma preguiça triste de arrumá-las em álbuns. Estão lá, paralisadas em momentos felizes, tradutoras de uma vida que quase foi, trancadas porque o que quase foi não pode atrapalhar o que ainda pode ser. Talvez um fio de cabelo, o último deles, esteja nesse momento sendo varrido e levado pelo vento forte e solitário que não deixa dúvidas que o inverno chegou. Inverno que era sempre comemorado porque eu sabia que ele não sentiria tanto calor para dormir e eu poderia ser abraçada de conchinha o tanto que desejasse. Agora é outra que suspira protegida olhando o quadro do Monet e ri apaixonada de algum provável barulho que ele faça com seu nariz estranho, jurando na manhã seguinte que não ronca. Saudade não é ex, tampouco amor. Mas a vida da qual abrimos mão por um sonho (ou por um erro) é passado. E de escolhas e de perdas é feita a nossa história. Não há nada que se possa fazer a não ser carregar por um tempo um peso sufocante de impotência: eu escolhi que aquele fosse o último abraço. Agora é outra que se perde em ombros tão largos, tomara que ela não se perca tanto ao ponto de um dia não enxergar o quanto aquele abraço é o lado bom da vida. Da vida que te desemprega mesmo depois de tantas noites em claro e de tantos beirutes indigestos. Da vida que te abre uma porta que você jura ser a certa mas quando resolve entrar descobre duas crianças brincando na sala e uma mulher esperando no quarto. Da vida que te confunde tanto que você quer se afastar de tudo para entendê-la de fora. Da vida que te humilha tanto que você quer se ajoelhar numa igreja. Da vida que te emociona tanto que você não quer pensar. Da vida que te dá um tapa na cara pra você acordar e não tem ninguém pra cuidar do machucado e dizer que vai ficar tudo bem. Da vida que te engana. Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê- lo. Se fosse uma comédia-romântica-americana, a gente se encontraria daqui a um tempo e eu diria a ele, que mesmo depois de ter conhecido homens que não gritavam quando eu acendia a luz do quarto, não faziam uso de um cigarro que me irritava profundamente e sobretudo minha rinite alérgica, não amavam os amigos acima de, não espirravam de uma maneira a deixar um fio de meleca pendurado no nariz, não usavam cueca rosa, não cantavam tão mal e tampouco cismavam de imitar o Led Zeppelin, não tinham a mania de aumentar o rádio quando eu estava falando, não tiravam sarro do bairro em que nasci, não insistiam em classificar minhas mãos e pés como seres de outro planeta, não ligavam se eu confundisse italiano com espanhol e argentino, nomes de capitais, movimentos artísticos, datas de revoluções e nomes de queijo, era ele que eu amava, era ele que eu queria. E ele me diria que, mesmo depois de ter conhecido mulheres que conheciam a Europa e não entupiam o ralo com cabelos, mulheres que tinham nascido em bairros nobres e charmosos de São Paulo, ou melhor, do Rio de Janeiro, mulheres que arrumavam a cama e não demoravam tanto para sentir prazer, não entravam de sapato no carpete, não tinham uma blusa ridícula com uma rajada de dourado, não eram dentuças e tampouco testudas, não cantavam tão mal, não tinham medo de cachorros pequenos, não reclamavam do ar-condicionado e nem tinham medo de perder a mãe ou comer uma comida muito temperada, era eu que ele amava, era eu que ele queria. Mas a realidade é que não gostamos desses tipos de filme fraco com final feliz, gostamos dos europeus "cult" onde na maioria das vezes as pessoas sofrem e perdem, assim como aconteceu com a gente