Não pensa,só vai.Um dia muda,ou não.
É bem verdade que nunca aprendi o que era certo e errado e que minha impulsividade abala qualquer tentativa de aproximação maior que um simples "até logo". Entendo que sou difícil de compreender e que às vezes faço tudo o que não queria e sinto um prazer imenso por isso. Sim, sou uma pessoa que não abre mão de certos valores por nada nesse mundo, mas que comete crimes muito piores. Eu realmente nunca entendi de onde vem tanta doçura e estupidez. Devo ser duas pessoas no mesmo corpo, o sim e o não, o pra sempre e o nunca mais. Desse jeito eu mantenho ao meu lado poucos e bons seres humanos. Eles me bastam, e acho que de alguma maneira também sou o suficiente a eles. Será por que de mim não se pode esperar nada? Ou por que se espera que eu seja capaz de tudo? Aí vem o passado que sempre se apresenta, dá o ar de sua graça. Vem assim, de repente, carregado por uma brisa, ou arrebatador, unido a maior tempestade. O que importa aqui é que ele sempre volta, e eu faço questão que seja assim. Pareço adorar fantasmas. Gosto de sustos e do que não posso mais estragar. É que já passou e mesmo com essa minha capacidade de arruinar tudo, sobre o que já foi eu só posso guardar lembranças e contar histórias. Devo ser uma daquelas pessoas que sentem prazer na dor, na perda. Aqueles estranhos que conseguem amar e odiar a cada 23 segundos, que dizem estar tudo acabado, mas no fundo, sabem que apenas começou. Não sei por que escrevo... Deve ser porque estou vazia, ou cheia demais. Talvez seja o amor tão grande que não cabe mais em mim. Talvez seja só tristeza e decepção mesmo. Não tenho porquês, geralmente o que faço não faz sentido. Eu simplesmente vou apertando os botões e escolhendo os caminhos conforme o que sou naquele instante. Mudo. Mutaciono e me transformo sempre, mas no fim, fica tudo igual. Eu fico aqui, você lá. Eu fico sozinha e você se completa com minha ausência. Devo ser daqueles vinhos muito fortes que devem ser consumidos com moderação... O problema é que nunca fui conhecida pelo equilíbrio. Acabamos embriagados de nós mesmos. Aí vem a ressaca, a repulsa, a abstinência. Às vezes, o vício. E do vício, o fim.
.(Limão)


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